"Sai-te da tua terra, e da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome, e tu serás uma benção." - Versão ARC 2009
Génesis 12:1-2
Contextualização
Abrão era de meia idade, bem estabelecido, próspero, aristocrático e politeísta, como toda a população aa Mesopotâmia, cidade de Ur. Adorava a muitos deuses como todos os seus concidadãos. Embora politeísta ele sentia que algo não estava certo na sua vida, que lhe faltava alguma coisa e não o convencia na religiosidade ao seu redor. Vivia com um intruso na sua própria terra, com uma ânsia e angustia para respostas que pudessem acalmar a sua alma e o seu espírito. E Deus se apresentou a Abrão com condições para lhe dar as respostas que ele tanto buscava. A Bíblia não nos diz como foi feita esta apresentação mas diz que ele foi instruído a sair de Ur e da Mesopotânia. Não havia condições objectivas para conversarem naquele lugar. Deveria se distanciar. dar de tudo. Sair, neste contexto, significava romper com todo o seu passado, abandonar todas as formas de actuação apreendidas em sua vida, retirar-se de todas as experiências vividas com a sua parentela, deixar para trás tudo o que havia criado e todo o conforto em que sempre viveu e teve prazer. Esse foi o desafio imposto por Deus para que pudesse responder às suas preocupações.
Meditação
Há sempre um momento quando buscamos por algo que, por vezes, nem sabemos o que é. E Abrão estava exactamente nesse estado de insatisfação sobre a sua vida, sobre o que via, o que vivia e como vivia. Tinha a convicção de que haveria mais do que tudo o que vivia. Mesmo sendo próspero, de uma família abastada, bem posicionada e aristocrática, portanto, tendo tudo o que poderia querer do ponto de vista material, sentia um vazio na sua alma e no seu espirito. Como se sente? Está tudo bem consigo e tudo lhe satisfaz? Ou está exactamente como Abrão se encontrava em Ur da Mesopotâmia? A sua própria Ur? A revelação de Deus geralmente se concretiza quando temos uma ânsia na nossa alma e no nosso espírito, quanto estamos num estado de conflito connosco próprios, mesmo que não saibamos exactamente o que ansiamos, quando estamos com medo. Deus está atento à nossa busca e procura por respostas. (Ver Romanos 3:10-11) Como foi com Abrão, Deus irá de uma forma ou outra se apresentar e se manifestar nas nossas vidas. A Abrão foi-lhe dito que saísse de tudo o que havia ao seu redor. Como está registado em Romanos 4:20: "Em nenhum momento a fé de Abraão na promessa de Deus vacilou." (Versão NVT) Sem essa saída, Deus não estaria disponível para se revelar na vida de Abrão. Embora o seu coração estivesse preparado para a mudança, havia muitos aspectos da sociedade, da cultura e das pessoas, como a adoração a vários deuses, que lhe impediria obter revelação. Isso seria um empecilho a uma boa relação com Deus. Quando Deus se apresenta, quando Ele surge nas nossas vidas, nos desafia a agirmos em quatro dimensões diferentes. A Abrão foi-lhe dito primeiro que saísse da sua terra. Ou seja, sair dos usos e costumes a que ele foi criado e educado. Por isso, quando Deus se apresenta e se revela, nos obrigar a sair espiritualmente de tudo o que nos rodeia, a nossa terra imaginária, a terra das nossas vivências que fomos embutindo no nosso consciente e subconsciente, dos comportamentos que fomos agregando ao longo da nossa existência até aquele momento. Teremos que sair disso! A segunda dimensão a obedecer, Deus nos instrui a sairmos da nossa parentela. Deus nos revela que com a nossa parentela aprendemos os usos e costumes que sempre guiaram os nossos ascentrais. Bebemos toda a cultura familiar que vem do nossos antepassados. Fomos introduzidos a uma forma de vida que herdamos de todos aqueles que representam a nossa parentela passada. Precisamos sair disso! A terceira dimensão, a mais radical, Deus nos revela que precisamos sair da casa dos nossos pais. Não significa abandonar ou rejeitar nossos pais mas a sairmos espiritualmente de tudo o que deles aprendemos. Ou seja, tudo o que nossos pais nos ensinaram com relação a Deus ou a divindades pode ser o entrave para uma relação saudável com Deus. Como ficar alheio aos seus ensinamentos passados? Este é o maior desafio que nos é imposto e sem a concretização do qual fica impossível ter uma relação de intimidade e de aproximação a Deus. Teremos que abdicar disso tudo! E a última dimensão, somos revelados a efectivamente seguirmos a Deus mesmo que não saibamos para onde vamos ou para onde iremos, espiritualmente. O que Deus disse a Abrão, é que ele fosse para a terra que o havia de mostrar. Ou seja, Deus não lhe deu um destino concreto, real e fisicamente referenciado na carta geográfica, que pudesse orientar a sua caminhada. Ele devia seguir confiando completamente em Deus, caminhando mesmo sem saber para onde se dirigia. Era seguir por fé e somente fé até onde Deus quisesse que ele fosse. A única coisa de Deus garantiu a Abrão em todo esse desafio foi de que faria dele uma grande nação abençoada e grande. Muito engrandecida. Mas o que era mesmo isso? Que lugar era esse? Como ele poderia ser uma nação? Encontramos também registado o seguinte na Bíblia em Romanos 4:21: "Abraão estava plenamente convicto de que Deus é poderoso para cumprir tudo o que promete." (Versão NVT) E Deus cumpre sempre as suas promessas. Deus quer tão somente que tenhamos a convicção de Abraão e que O sigamos por fé. Por causa dessa convicção inabalável Abraão foi por Deus considerado justo. Se gostou deste post partilhe para a glorificação de Deus.
NA PRESENÇA DE DEUS é um espaço virtual criado e elaborado com o objectivo de partilhar a palavra de Deus a todos os homens, através de meditações mensais, resultados de introspecção efectuadas por um homem simples e comum, porém com um coração rendido a Deus.